O contingenciamento de cerca de 30% do orçamento para o ensino público federal e a suspensão na concessão de bolsas de mestrado e doutorado que se encontravam disponíveis aos programas de pós-graduação são um capítulo sobre a circulação de imagens no Brasil.
Digo isso porque, a confiar nas análises que se repetem acerca do atual governo federal, as redes sociais são a arena política privilegiada para a governança federal.
De modo que, embora não sejam novidade os contingenciamentos na educação, o teor político da decisão recente soa revanchista.
Trata-se de uma decisão política pela destruição de uma forma de vida.
Se circulam nas redes sociais imagens e discursos justificando o desinvestimento na educação devido à recorrente nudez dos corpos e ao consumo de entorpecentes nos campi universitários, isso parece dizer mais respeito à força do processo educacional do que aos fatos cotidianos nas escolas e universidades públicas federais.
Ou seja, sim, a escolarização põe a nu o sujeito e altera-o, é exatamente disso que se trata.
Dedo no cu e gritaria, numa tradução memetizada.
Luiz Guilherme Barbosa
Professor de português e literaturas no Colégio Pedro II e doutor em teoria literária pela UFRJ. Escreve aos domingos sobre relações entre arte e literatura, arte em contexto digital, arte e política, e outras formas de desvio.
Interessante, porém muito comum esse tipo de arte.
O mundo carece de arte revolucionária na Alma, sinceramente, inovação é Tudo e tudo é vida.
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